Agenda de eventos do Palácio das Mangabeiras será aberta em 2022

Maria Helena Dias
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 ESPAÇO MULTIUSO

A agenda de eventos do Palácio das Mangabeiras - um dos símbolos da capital mineira -, que será aberta em 2022, permitirá o acesso de todos os públicos a uma edificação mágica e singular

Os grandes acontecimentos em Belo Horizonte poderão contar, a partir do ano que vem, com muito verde, arquitetura, cultura, gastronomia, história e turismo, toda essa riqueza em um só espaço. A agenda de eventos do Palácio das Mangabeiras – um dos símbolos da capital mineira -, que será aberta em 2022, permitirá o acesso de todos os públicos a uma edificação mágica e singular. Há dois anos, quando o imóvel passou, oficialmente, a não ser mais a “casa dos governadores”, apenas a CasaCor Minas vem utilizando o local para a realização da mostra.

O novo modelo de utilização do Palácio das Mangabeiras está em fase de planejamento pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), responsável pela administração do imóvel. “A proposta é oferecer o local para a realização de atividades voltadas ao lazer e à recreação da população. Entre as possibilidades, estariam eventos ao ar livre, de esporte, gastronomia, arte, cultura, entretenimento, educação e sustentabilidade. Em resumo: ele deixará de ser um palácio residencial para ser um espaço para uso coletivo”, informou o diretor-presidente da Codemge, Thiago Toscano.

Divulgação
Thiago Toscano

Segundo ele, ainda não há definição do primeiro evento a ser realizado no novo formato. “Não há um tipo de evento específico. A premissa, porém, é a captação de eventos que possuam baixo impacto sonoro e evitem grandes aglomerações no local e no entorno, respeitando as limitações que um bairro residencial exige no uso e ocupação do solo”, destacou.

Tornar o Palácio das Mangabeiras um local aberto ao público foi uma decisão do atual governador de Minas, Romeu Zema. De acordo com Thiago Toscano, a abertura do prédio, no formato que está sendo proposto, vai gerar receita e tornar o imóvel financeiramente sustentável.

Jomar Bragança

O diretor-presidente da Codemge explicou que, para o Palácio das Mangabeiras receber eventos, serão necessárias mudanças e adaptações no prédio. “Os principais investimentos vão ser aplicados nas áreas externas, similar ao que já acontece para que a CasaCor seja realizada. Os custos estão sendo analisados e negociados, mas é importante ressaltar que serão cobertos com recursos da própria exploração comercial do imóvel”. De acordo com ele, alguns elementos que foram descaracterizados ao longo dos anos, ou que não estavam de acordo com o projeto original, vêm sendo restaurados, substituídos ou mesmo implantados, como é o caso de algumas partes dos jardins projetados por Burle Marx. Em anos anteriores, o prédio já sofreu algumas interferências, como a instalação de elevador e rampas para permitir o acesso de cadeirantes e a recuperação dos geradores de energia, além da reforma de portas, janelas, das calçadas em pedra portuguesa e banheiros.

Administração e gestão

Desde 2019, a Codemge é responsável pela administração do Palácio das Mangabeiras. De acordo com Thiago Toscano, o valor da manutenção, que envolve despesas com água e energia elétrica, serviços de apoio, limpeza, engenharia, manutenção e vigilância, está em torno de R$ 97 mil por mês. “Em julho deste ano, a empresa Multicult, organizadora da CasaCor Minas, assumiu a gestão do Palácio das Mangabeiras, o que permanecerá por seis meses, tempo para a realização da mostra. O que estamos propondo é que essa parceria se estenda, permitindo melhor uso do espaço e do dinheiro público”, disse.

Este ano, a CasaCor Minas conta com a participação direta de 110 empresas, gerando cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, considerando toda a mão de obra necessária, desde a montagem dos ambientes. “A mostra deve movimentar, aproximadamente, R$ 60 milhões. O que estamos propondo é que isso ocorra o ano inteiro, todos os anos”, revelou Thiago Toscano.

Jomar Bragança

Emoldurado pela Serra do Curral

O Palácio das Mangabeiras está localizado aos pés da Serra do Curral, também símbolo histórico de Belo Horizonte e inspiração para moradores e visitantes da cidade. É neste local privilegiado, na região Centro-sul da cidade, que, por mais de 60 anos, passaram cada um dos governadores de Minas Gerais, desfrutando de luxuoso e requintado ambiente com suas famílias e recebendo grandes personalidades.

São dois pavimentos de muita imponência, construídos em 1955, por determinação do, então, governador Juscelino Kubstchek. O projeto inicial foi de Oscar Niemeyer, com jardins planejados por Roberto Burle Marx. O projeto de reforma foi do arquiteto Oscar Niemeyer. O imóvel e toda a região próxima pertencem ao perímetro de tombamento do Conjunto Paisagístico da Serra do Curral, protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Fotos: Nereu Jr

A área onde está o prédio tem cerca de 42 mil m². O palácio e o jardim central ocupam 11.450 m². Na amplitude e beleza dos ambientes internos estão a escada – trazida da Itália -, muito mármore e madeira de lei.

Somente o 1° pavimento tem, aproximadamente, 1.100 m², que abrigam o salão nobre; as salas de leitura, de música e de jantar; o escritório e, ainda, lavabo; cozinha; copa; saleta de bebidas; cineteatro; rouparia; louceiro; escritório do chef e restaurante. O 2° pavimento, com cerca de 930 m², reúne a sala de estar, uma saleta íntima e as suítes dos convidados, do governador e duas para os filhos.