Conservação preventiva: tecnologia de medição a serviço da história

Diego Hara
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Museus e bibliotecas guardam objetos valiosos, que precisam ser mantidos em condições de temperatura e umidade controladas para evitar degradação

Pinturas, livros, coleções, arquivos são bens de grande valor histórico e econômico, que reagem a mudanças de temperatura e umidade, principalmente se feitos de material orgânico. Uma obra em um prédio antigo ou em um espaço muito úmido, em pouco tempo terá sinais de deterioração, causada por microorganismos, bactérias, fungos e insetos. Quem visita museus e bibliotecas talvez não se dê conta da tecnologia necessária para manter os acervos íntegros e duráveis ao longo dos anos, mas dela depende a conservação preventiva das obras, para que o público possa conhecê-las e apreciá-las.  

 

 A importância da preservação de manuscritos, livros, grandes obras-primas universais, entre outros objetos, está na construção de uma cultura e no momento de época que as peças representam, por isso é comum que para mantê-las protegidas sejam usados desde vidros especiais, muitas vezes antirreflexos, lâmpadas com mínima radiação ultravioleta, entre outros aparatos para mantê-las longe da poeira e de elementos que possam degradá-las.   

Com esse intuito, os sistemas de tratamento de ar também são pensados, para que a sua circulação possa manter a umidade relativa e o nível de temperatura constantes. Oscilações na medição desses parâmetros – umidade relativa e temperatura – podem fazer com que as molduras de quadros em madeira, por exemplo, se contraiam e se expandam, causando empenamento.  

 

Outro fator relevante, em especial quando as obras são emprestadas, são as condições contratuais minuciosamente detalhadas, como especificações para mantê-las em um ambiente com nível de umidade de 50% +/- 5 e temperatura de 20 ° C +/- 2, ainda mais quando os dispositivos de medição e o número de dispositivos variam de um museu de arte para outro, além das condições climáticas de cada país.   

 

O controle de parâmetros pode ser dedicado à obra, por transmissores de umidade e temperatura Vaisala HMT333, geralmente quando o objeto é de valor econômico expressivo, ou ao ambiente, com o objetivo de compensar as flutuações e manter estáveis todos os agentes externos que possam agir sobre a conservação.  

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Sistemas HVAC como aliados

Há, porém, meios de aferir parâmetros e estabilizar ambientes a partir de sistemas HVAC, que requeiram registros de condições ambientais para garantir a vida útil dos acervos. Isso porque o edifício, principalmente se antigo, pode acelerar o processo de degradação de arquivos e o envelhecimento das obras ali abrigadas.  

 

A medição de variáveis críticas contribui para a qualidade ambiental e para que o fator de risco arquitetônico seja amenizado, com as causas de deterioração mantidas sob controle.  

 

Hoje, a tecnologia disponível para o controle e monitoramento abrange sensores portáteis e fixos de medição, que podem retornar com dados sobre umidade relativa, temperatura, CO2, entre outros parâmetros. Em um sistema HVAC, esses parâmetros permitem transferir informações automaticamente e alimentar os sistemas de ventilação para o gerenciamento eficiente de edifícios, melhorando a salubridade da construção por completo.  

 

Em bibliotecas e museus, o público tem acesso apenas às salas de exposição, geralmente limpas e bem cuidadas para recepção do visitante. Outros ambientes destinados à reserva técnica, restauração ou em abrigo temporário, no entanto, também precisam ser bem mantidos e monitorados, para a conservação das peças. 

 

Toda essa complexidade é invisível para o público, mas essencial para garantir que o visitante tenha uma experiência incrível ao realizar o desejo de conhecer uma pintura famosa ou outras obras de valor histórico e artístico inestimável.