SUSTENTABILIDADE
Você vai conhecer neste ensaio exclusivo, um pouco do processo e do universo criativo do artista e designer mineiro Domingos Tótora, que fez do papelão a base de seu trabalho. Construídas de forma inteiramente manual, os trabalhos de Tótora provocam reflexões sobre sustentabilidade e a relação com a natureza
Nascido e criado em Maria da Fé, conhecida como a cidade das temperaturas mais baixas de Minas Gerais, em plena Serra da Mantiqueira, o artista e designer Domingos Tótora estudou Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, a FAAP e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a USP. Depois de concluir os estudos, decide voltar para a sua cidade natal onde instala seu ateliê e um showroom. Elegeu o papelão como matéria prima para as suas criações, que trafegam livremente entre os status de obras de arte e peças de design conceituado. Não é toa que seu trabalho já conquistou o mundo. Prova disso é que ele foi um dos 5 brasileiros escolhidos para representar o design nacional na série Made In: Brazil criada pela plataforma Stir, que teve curadoria assinada pelos premiados Irmãos Campana. Além disso, seus trabalhos podem ser encontrados em vários países.
Divulgação
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Muito antes do termo upcycling estar em alta, Domingos Tótora já praticava o reaproveitamento de materiais e foi um dos precursores do movimento no design. Todo o papelão utilizado por ele em suas peças é recolhido na região onde vive e sua produção é certificada pelo Instituto de Qualidade Sustentável (IQS).
A relação que Tótora possui com a terra e com a natureza fica muito evidente no seu trabalho. O resultado são peças que brincam com a nossa percepção, simulando as cores e texturas da natureza como pedra, terra, madeira e cascas de árvores. O artista deixa de lado a busca incessante pela perfeição e toma partido dessa característica no seu trabalho.
Fotos: Divulgação
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Tótora apresenta um ensaio do processo de produção desde a preparação do papelão até as peças finalizadas
Em um processo inteiramente manual, o papelão é desmanchado e recebe um tratamento para se transformar em uma massa moldável, que servirá como base para a criação de móveis, adornos, objetos e peças esculturais. Em seguida, as obras são moldadas e seguem para a secagem ao sol. Neste ensaio realizado para a ABREU pelo próprio artista com uma câmera de celular, fica evidente que a beleza de seu trabalho não está apenas nas peças finalizadas, mas também em todo o processo. Chega a ser impressionante a capacidade que elas possuem de nos convidar ao toque, com o objetivo de desfazer qualquer ilusão de ótica. Todo esse processo, Domingos Tótora conta com o envolvimento de outros 12 artesãos, que trabalham diariamente no seu ateliê.
Fotos: Divulgação
A premiada mesa Água brinca com o olhar do espectador ao simular o uso de grandes pedras de seixo para sustentar o tampo de cristal. Mas na verdade, o que parecem pedras, são estruturas revestidas em papel kraft, que assumem formas orgânicas dos elementos naturais
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