CONDOMÍNIOS FECHADOS
A necessidade de se manter em isolamento social em função da pandemia foi a principal causa para o aumento da procura por casas mais espaçosas
A pandemia trouxe mudanças e reflexões para pessoas de todas as idades e a principal delas foi em relação aos nossos lares. Desde o início do período de isolamento, quando as pessoas passaram a ficar mais em casa, registrou-se um boom de vendas nos produtos destinados a reformas e mudanças de ambientes. Tudo com o objetivo de deixar a casa mais confortável e agradável. E muitas famílias também aproveitaram esse momento para trocar de imóvel. Por conta disso, a procura por casas disparou. E em função da segurança, a maioria das buscas está concentrada nas casas em condomínios fechados, localizados dentro ou próximos das grandes cidades, permitindo uma maior qualidade de vida a partir de espaços mais generosos e do contato mais próximo com a natureza. É preciso lembrar que esse mercado de casas em condomínios já apresentava sinais de um certo declínio, motivado sobretudo pela perda do poder de compra do brasileiro registrado nos últimos anos e também em função de uma certa tendência acompanhada no mercado de lançamentos imobiliários cada vez mais compactos em nome da praticidade, vendidos como espaços ideais para quem passa o dia inteiro fora e só precisa de um local para dormir e passar os finais de semana. A necessidade de implementar o sistema de home-office escancarou um problema grave que começou a afetar milhares de pessoas: como viver, trabalhar e ainda ter lazer em um mesmo local, dividindo espaço com os outros membros da família que também possuem as mesmas necessidades? Para muitas pessoas, a solução só foi obtida com a mudança de endereço.
Dados fornecidos pelas imobiliárias apontam crescimento de quase 50% nas buscas por casas ou lotes em condomínios fechados só na região metropolitana da capital mineira. De acordo com Pedro Matos, diretor da Valore Imóveis, essa tendência de crescimento que vem sendo observada desde junho de 2020 ainda deve perdurar por um bom tempo. “Com a pandemia, as pessoas perceberam a necessidade de ter um espaço maior, privativo. A casa deixou de ser apenas um espaço na qual a pessoa só volta para dormir, mas passou a ser um local de convivência, prática de esportes, de desenvolvimento de hobbies, de contato com a natureza e também de trabalho e, portanto, precisa ser mais amplo do que antes. E dentro das cidades, é mais difícil encontrar locais com tanto espaço disponível”, aponta.
Fotos: Arquivo Valore Imóveis
Ele ainda dá dicas para quem ainda está em busca da casa dos sonhos. “A primeira questão que ela deve ser perguntar e se está disposta a fazer uma grande obra ou não. Caso isso não seja um problema, ela pode buscar por imóveis mais antigos e fazer um retrofit, ou até mesmo construir uma casa do zero, na qual ela tem a oportunidade de criá-la a seu próprio gosto. Se não quiser se preocupar com isso, o melhor é buscar uma casa mais nova, que já esteja pronta para ser habitada e possibilite a mudança imediata”, destaca o diretor da Valore Imóveis.
E é sempre bom ficar atento na hora de procurar um imóvel. Com o aumento da procura, os preços também tendem a ficar mais elevados, principalmente dos condomínios que estão localizados em áreas mais próximas dos centros urbanos e possuem maior infraestrutura de lazer e bem-estar.
“Com a pandemia, o isolamento e o home office, percebemos que nosso apartamento começou a ficar pequeno e muito limitado. Sempre sonhávamos com uma casa mais perto da natureza e com mais espaço para nossos filhos e decidimos aproveitar este momento para investir. Foi tudo muito rápido. Iniciamos a procura em meados de novembro e no dia 15 de dezembro já estávamos na casa nova. Inicialmente procurávamos aluguel, mas não tinha muitas opções. Aí partimos para a compra. Ficamos assustados com o quanto este mercado estava aquecido, a lista de casas disponíveis mudava em tempo recorde. Esse dinamismo, inclusive, nos pressionou a comprar logo a casa, por receio de perder uma casa que atendesse a todas as nossas necessidades”, destaca Laura G., que optou por um condomínio em Nova Lima, região metropolitana da capital mineira. A região é cercada de área verde, nascentes e concentra dezenas de condomínios fechados.
É interessante observar que este movimento serviu para mudança de hábitos de muitas pessoas, que aproveitaram esta oportunidade para repensar seus estilos de vida, passando mais tempo em família e usufruindo de forma mais intensa dos espaços de lazer e do contato com a natureza. Isso trouxe impactos positivos, reduzindo o stress e a ansiedade, refletindo em mudanças até na alimentação dessas pessoas, que passam a consumir alimentos produzidos na própria horta ou pomar.
E para quem ainda precisa se manter dentro dos centros urbanos, a busca por imóveis com quintal ou varanda foram os que mais registraram alta. Para quem pretende investir em uma casa dentro de um condomínio fechado, Pedro Matos alerta para os detalhes que as pessoas precisam levar em consideração durante a escolha do imóvel: “É importante que tanto os condomínios quanto as regiões onde eles se encontrem seja dotada uma boa estrutura de lazer, comércio e educação, além de possuir fácil acesso à cidade, seja por meio de um transporte coletivo eficiente, ou com vias cujo trânsito não seja um grande empecilho”.