PISO VINÍLICO HOSPITALAR: POR QUE A MANTA VIROU PADRÃO EM ÁREAS DE SAÚDE

Revista Abreu
3 min de leitura

PISO VINÍLICO HOSPITALAR: POR QUE A MANTA VIROU PADRÃO EM ÁREAS DE SAÚDE

Material contínuo, impermeável e fácil de higienizar, a manta vinílica hospitalar ganha espaço em projetos que precisam conciliar controle de infecção, conforto e durabilidade

Por Paulo Batista da Silva, sócio-gerente da Liderpiso Revestimentos

Em ambientes de saúde, o piso não é um detalhe: ele participa diretamente da rotina de higiene, da segurança e até do conforto de pacientes e equipes. Nos últimos anos, um tipo de revestimento vem se consolidando como padrão em hospitais, clínicas e laboratórios: a manta vinílica hospitalar, um piso vinílico em rolo, instalado de forma contínua, sem juntas aparentes.

Mais do que uma tendência de mercado, essa escolha está ligada ao atendimento das exigências da RDC nº 50/2002 da ANVISA, que orienta os projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde e determina que os materiais de acabamento sejam resistentes, laváveis, impermeáveis e de fácil higienização – especialmente em áreas críticas e semicríticas.

O que é a manta vinílica hospitalar

A manta vinílica é um revestimento resiliente à base de PVC flexível, fornecido em rolos e aplicado sobre contrapiso nivelado. As faixas são unidas por soldagem a quente, formando uma superfície contínua, sem frestas. Essa característica é um dos principais diferenciais em relação a pisos modulares, como cerâmicas, porcelanatos ou placas vinílicas.

Entre as propriedades que explicam sua adoção em hospitais e clínicas, destacam-se:

  • Superfície lisa e impermeável: facilita a limpeza diária e reduz o acúmulo de poeira, sujeira e fluidos biológicos.
  • Resistência química: suporta o uso de desinfetantes e produtos de limpeza típicos da rotina hospitalar.
  • Durabilidade e resistência ao tráfego intenso: indicada para corredores, prontos-atendimentos, unidades de internação e outras áreas muito usadas.
  • Conforto térmico e acústico: ajuda a reduzir ruídos de circulação e a sensação de frio típica de pisos rígidos.
  • Segurança: versões antichama e antiderrapantes ampliam a proteção em situações de emergência e no uso comum.
  • Versões especiais: modelos condutivos ou dissipativos são recomendados para UTIs, centros cirúrgicos e salas com equipamentos sensíveis, onde o controle de eletricidade estática é essencial.

Como o piso ajuda a atender a RDC 50/2002

A RDC nº 50/2002 é clara quanto à necessidade de superfícies que permitam higienização completa, resistam a produtos químicos e não acumulem sujeira. A manta vinílica se encaixa bem nesse cenário porque:

  • cria uma superfície homogênea e impermeável, ideal para rotinas rigorosas de assepsia;
  • permite a execução de rodapés curvos (cantos boleados), eliminando quinas e frestas onde resíduos costumam se acumular;
  • oferece boa resistência à abrasão e aos desinfetantes, prolongando a vida útil do piso mesmo sob uso intenso;
  • reduz pontos críticos de colonização microbiana e ajuda no controle de infecções hospitalares.

Na prática, o que poderia ser apenas uma escolha estética passa a ser também uma decisão estratégica ligada à biossegurança.

Onde a manta vinílica é mais indicada

Apesar de ser frequentemente associada a áreas de alta complexidade, como centros cirúrgicos, a manta vinílica pode aparecer em diferentes zonas do estabelecimento:

  • Áreas críticas: centros cirúrgicos, UTIs, salas de recuperação pós-anestésica, hemodinâmica, laboratórios de análises clínicas.
  • Áreas semicríticas: enfermarias, consultórios, salas de exames, corredores de circulação.
  • Áreas de apoio e administrativas: recepções, áreas de espera, setores administrativos, desde que o projeto opte por manter a mesma linguagem de piso.
    Os benefícios mais citados por equipes técnicas e de operação incluem:
  • Menor risco de contaminações cruzadas, já que não há juntas abertas entre peças;
  • Limpeza e desinfecção mais rápidas, com menor tempo de indisponibilidade dos ambientes;
  • Manutenção simplificada, com boa relação custo-benefício ao longo dos anos;
  • Possibilidade de humanizar espaços, graças à variedade de cores, padrões e texturas, sem perder desempenho sanitário.

Cuidados na instalação e na manutenção

Para que a manta vinílica entregue o desempenho prometido, o processo de instalação é tão importante quanto a escolha do produto:

  • o contrapiso deve estar plano, firme, limpo e sem umidade ascendente;
  • as faixas de manta precisam ser soldadas a quente, seguindo as instruções do fabricante;
  • os rodapés curvos devem ser bem executados, evitando cantos vivos;
  • é recomendável que a mão de obra seja especializada, com experiência em ambientes de saúde.

Na manutenção do dia a dia, a orientação geral é usar detergentes neutros e, quando indicado pelo fabricante, seladores ou ceras específicas para pisos vinílicos. Isso ajuda a preservar o brilho, a proteção superficial e a aparência do material.

Mais que piso: parte da estratégia de projeto

Ao optar por manta vinílica hospitalar, o projetista não está apenas “escolhendo um piso”, mas definindo parte da estratégia de controle de infecção e de operação do edifício. O material dialoga diretamente com:

  • as exigências de normas como a RDC nº 50/2002;
  • indicadores de segurança do paciente;
  • metas de sustentabilidade e eficiência, já que pisos duráveis e de fácil manutenção reduzem intervenções futuras;
  • iniciativas de humanização, que buscam ambientes menos hostis e mais acolhedores.

Em um contexto em que hospitais e clínicas precisam conciliar rigor técnico, conforto e custos operacionais, a manta vinílica hospitalar se consolida como uma solução completa: técnica, sanitária e esteticamente adequada aos desafios contemporâneos dos ambientes de saúde.

leia mais sobre o assunto: