SEBRAE E FNNIC FIRMAM PARCERIA DE R$ 5,9 MILHÕES PARA TRANSFORMAR A PRODUTIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO NORTE E NORDESTE
Acordo prevê estudo inédito do setor, trilhas de ESG, digitalização, inovação, redes de cooperação e ações regulatórias

O Sebrae Nacional anunciou, durante o 9º Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção (FNNIC), uma parceria estruturante com o Fórum para impulsionar a produtividade e a competitividade das pequenas e médias empresas da construção civil no Norte e Nordeste. O acordo, apresentado pela diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho, prevê investimento total de R$ 5,96 milhões, dos quais 70% serão aportados pela instituição.
A iniciativa foi detalhada no painel “FNNIC e Sebrae: Trabalhando juntos para o apoio e avaliação às pequenas e médias empresas”, que contou também com a participação de Júlio César Lima Filho, superintendente do Sebrae-PI; Marcos Holanda, presidente do FNNIC; André Baía, diretor do Fórum; e Nádia Corso, assessora do FNNIC.
Segundo Margarete, a parceria nasce como resposta a entraves históricos que limitam o desenvolvimento empresarial na construção civil, setor que tem peso relevante na geração de emprego e dinamização econômica nas duas regiões. “O que estamos construindo aqui não é um projeto pontual, mas uma virada de chave. A construção civil é responsável pela empregabilidade no Brasil, e as pequenas e médias empresas são a espinha dorsal dessa cadeia. Nosso compromisso é oferecer inteligência, capacitação, tecnologia e ambiente regulatório para que elas sejam mais competitivas e possam crescer de forma sustentável”, afirmou.
O acordo é composto por seis eixos centrais:
- O primeiro é a inteligência setorial, que prevê um estudo inédito sobre a construção civil nos estados do Norte e Nordeste. O levantamento vai mapear gargalos de produtividade, lacunas de qualificação, padrões de concentração, capacidade de inserção em cadeias de valor e oportunidades de inovação, com trabalho de campo diretamente nas empresas. A meta é fornecer dados confiáveis para orientar políticas públicas e decisões empresariais.
- O segundo eixo trata da agenda ESG. O Sebrae apresentou o Selo ESG Sebrae, criado em parceria com a ABNT para auxiliar micro e pequenas empresas a cumprirem requisitos ambientais, sociais e de governança exigidos por grandes contratantes. Em menos de seis meses, o programa já atraiu mais de 5 mil empresas.
- O terceiro eixo aborda inovação e digitalização, com foco em modelos adaptados à realidade de empresas que atuam em cidades menores, com canteiros dispersos e conectividade limitada. A proposta inclui trilhas formativas, produção de conteúdo, integração com a Embrapii e atuação de agentes locais de inovação.
- O quarto eixo busca fortalecer a cooperação empresarial e desenvolver lideranças regionais. O objetivo é ampliar a capacidade das pequenas empresas de acesso a tecnologia, crédito e grandes contratos, reduzir riscos e aumentar escala.
- O quinto eixo trata de políticas públicas e regulação, área em que o Sebrae atua de forma contínua no Congresso Nacional e junto a órgãos reguladores para melhorar o ambiente de negócios e reduzir custos de conformidade.
- O último eixo envolve a integração setorial, com workshops e fóruns regionais que reúnem empresários, universidades, instituições financeiras e governos, em um modelo conhecido como tríplice hélice.
De acordo com o Sebrae, o programa terá duração de três anos e busca aumentar em pelo menos 15% a produtividade e o faturamento das empresas atendidas. “É um desafio ousado, mas absolutamente necessário. Com a força do Sebrae e do FNNIC, é possível. Estamos preparando uma base produtiva da construção para um ciclo de crescimento econômico acelerado no Norte e no Nordeste”, disse Margarete.
Apesar de ser frequentemente associada a áreas de alta complexidade, como centros cirúrgicos, a manta vinílica pode aparecer em diferentes zonas do estabelecimento:
O presidente do FNNIC, Marcos Holanda, afirmou que a parceria representa um avanço significativo para uma cadeia produtiva que, embora relevante, ainda opera com forte assimetria de informação e baixa difusão tecnológica. “Estamos falando de um setor que representa milhões de empregos e que, historicamente, não tinha acesso estruturado a dados, inovação e certificações. O que o Sebrae está fazendo aqui é um marco zero para a competitividade da construção civil em nossas regiões”, disse.
Para Margarete, o acordo também tem caráter estratégico na agenda de desenvolvimento regional. “Não existe desenvolvimento nacional sem fortalecer quem está no chão da obra, no canteiro, no interior, nas cidades médias. A construção civil é uma das indústrias que mais movem o Brasil. Se o agro impulsiona o PIB, a construção impulsiona a empregabilidade. E, juntas, são a base do desenvolvimento”, concluiu.

