Definido como arte e técnica; o ofício do arquiteto, deverá seguir amplificado por pesquisas, tecnologias, humanismo, busca da perfeição, beleza e principalmente, pelas relações que a vida nos oferece, entre muitos outros condicionantes, os econômicos, as intempéries e o sempre bom senso.
Dá solicitação ao campo imaginário das ideias, do programa de necessidades, da configuração topográfica do sítio, dos esboços iniciais aos espirais de projeto, é tudo um percurso, um caminho e uma viagem.
Talvez, tenhamos escutado que Arquitetura, não se ensina, dada a complexidade encontrada entre a fusão do inexato abstrato com o mensurável geometrizado; a tentativa de explicar o que está acontecendo no campo das ideias, sonhos intensos com a tradução encaminhada para ser transformada em realidades palpáveis. No caminhar a insofismável e sofisticada presença do projeto, ferramenta que é o veículo, a transportar a transformação do que foi intangível para o que será a configuração espacial promotora das vivências pessoais e coletivas.
O espaço intenciona, o espaço promove, o espaço induz, o espaço surpreende, o espaço abriga e o espaço consagra.
Entretanto, se arquitetura não se ensina, Arquitetura se aprende!
Arquitetura apreende,
Arquitetura depreende e, principalmente, Arquitetura liberta!
Arquitetura como elemento de promoção: de aprendizado, de cura, de realizações, de encontros, de eventos, de socialização e convivência. Das múltiplas e necessárias ações para se viver.
Arquitetura para o meio ambiente, para fauna, para flora, para a humanidade evoluída na pacificação de todos os interesses e momentos diversos. Arquitetura solidária. Arquitetura não solicitada. Arquitetura para todos.
É o tempo todo que podemos fazer do compromisso que comprova o laboratório do Arquiteto, o pensar em tudo para as efetivas realizações. A demanda, o projeto e a obra.
Intrínseco ao processo estão presentes a conjunção de cabeças pensantes ( cliente ou cooperativa, institutos ou instituições e o arquiteto e sua equipe), bem como as conjugações de efetivos realizadores, fornecedores comprometidos e mão de obra treinada, experiente e bem afinada.
A obra é também um dos campos políticos
O Arquiteto trás bagagem e repertório ao seu trabalho. É próprio anotar, que esse particular universo é composto de observação, leituras, viagens e conversas.Observar e absorver.
Explorar e elucidar espaços, missão do arquiteto.
Vamos nos valer da história. A que sabemos e a que saberemos no ato contínuo da descoberta, motor das interpretações.
É o passado, como nos afirma Aloísio de Magalhães, a pedra colocada na atiradeira, quanto mais para trás se destende, mais para frente se alcança, o futuro na metáfora.
Provavelmente, a primeira arquitetura do homem na terra foi transitória: uma tenda de folhagens e peles esticadas sobre cipós e galhos. Atualmente há tendas termo acústicas atirantadas sobre cabos metálicos em aço de prolongada resistência ao tempo e as tensões.
O que nos ficou foi feito em materiais mais sólidos: pedra, tijolos cozidos, madeiras, vidros e telhas. A taipa também tem se mostrado, quando bem realizada e cuidada, duradoura.
Arquitetura é também suor e lágrimas. Suor de desmensurado esforço de transpiração. Lágrimas de inspiração e emocionante recompensa.
O bom, o importante é que quando se adentra nesse mundo braçal e intelectual da arquitetura, não queremos mais sair.
Palavra de Arquiteto.
Texto de autoria de Roberto C. Farias