Parceria entre CASACOR, Codemge, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e Novus 3D permitiu desenvolvimento de um passeio virtual pelo Palácio das Mangabeiras na década de 1950. Durante a visita, o público poderá conhecer as estruturas originais e o paisagismo da época de sua construção.
Em 2021, a CASACOR Minas aborda uma série de reflexões sobre o morar contemporâneo, trazendo como tema “A Casa Original”. O grande destaque é o paisagismo, já que a maioria dos ambientes está concentrada nas áreas abertas do Palácio das Mangabeiras, em área que equivalem a 12 mil metros quadrados. O público vai se surpreender com o cenário, em projetos inteiramente construídos para o evento. Mas a CASACOR Minas também não se descuida de investir na preservação da memória e da cultura, resgatando aspectos históricos da edificação.
Uma das novidades desta edição da CASACOR Minas é a parceria firmada entre o evento, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a empresa Novus 3D, com patrocínio da a Codemge, que possibilitou o desenvolvimento um passeio virtual pelo Palácio das Mangabeiras, resgatando as estruturas originais da edificação, à época da construção, em 1955. A visita foi desenvolvida a partir de um extenso levantamento histórico, recuperando imagens e dados do projeto original e está sendo disponibilizado para os visitantes desde a inauguração da mostra. Placas espalhadas pelos jardins com um QR Code permitem aos visitantes a oportunidade de fazer uma viagem no tempo, fazendo uma retrospectiva do que seria o Palácio Original, algo total sintonia com o tema da mostra este ano.
Para que isso se tornasse possível, uma equipe da Novus 3D fez um rigoroso levantamento da topografia do terreno e de seu entorno, e de fotografias da época. Foram dois meses de pesquisa, buscando entender os materiais, os detalhes, o que realmente existiu ali e o que não foi concretizado à época. Entre as dificuldades, o acesso às informações, vindas de várias fontes, de instituições e de acervos particulares. Foi necessário um olhar muito apurado da equipe para descobrir, em detalhes muito pequenos, muitas vezes presentes em fotografias esmaecidas pelo tempo, a maneira exata dessa reconstituição. “Foi um verdadeiro trabalho de formiguinha para juntar todas as informações e chegar à reconstituição histórica do Palácio”, comenta Rute Zocrattro, arquiteta, gerente de projetos e comunicação da Novus 3D.
Imagem: Novus 3d
Para saber, por exemplo, a volumetria da Serra do Curral, foram utilizados drones, já que o terreno, outrora, era um local isolado e muitas das árvores que estão hoje lá, ainda não existiam. Outro desafio, de construir, modelar em 3D a vegetação. Como Burle Marx, autor do projeto paisagístico, utilizava somente plantas brasileiras, muitas tiveram que ser construídas do zero, demandando tempo para que esses modelos fossem apresentados com qualidade. Das 31 espécies presentes na vegetação dos jardins originais do paisagista, 80% dos modelos foram alterados ou criados originalmente.
O trabalho envolveu algumas curiosidades nessa força tarefa de resgatar o passado. As fotos mais utilizadas pela equipe da Novus 3D são da época do então governador Israel Pinheiro. 22 fotografias, além de uma reportagem antiga que mostrava o então governador Magalhães Pinto na área externa do palácio, foram utilizadas para decifrar detalhes de época. Segundo essa reportagem, a construção era secreta e por muitos anos foi utilizada para ser um local privado ao público, por isso a escassez de informações e fotos oficiais.
Entre outras descobertas, a de que as construções da área da sauna e do heliponto são posteriores. Segundo a pesquisa, surgiram possivelmente na década de 80. Tem mais: a área do Palácio era cerca de 30% menor do que a atual. As expansões e alterações ocorreram durante os governos subsequentes à implantação do Palácio.
Todos esses detalhes não foram possíveis de serem apurados na parte interna da construção, especialmente porque falta informação sobre o mobiliário de época. Mesmo assim, o tour 3D é um importante conquista e uma ação que merece ser comemorada, contribuindo para apresentar à população informações acerca deste importante patrimônio dos mineiros, agregando cultura, informação e embasamento histórico aos interessados em embarcar nesta fascinante viagem.
Imagem: Novus 3d
Já no segmento de mobiliário, destaque para os lançamentos do setor promovidos por praticamente todas as empresas que participam desta edição, com destaque para Casa Lyz, Deck Home, Hogar, Líder Interiores, Marelli, Micheliny Martins, Prima Linea, Softplace Mobiliário Corporativo, Studio 31 Mobiliário, Studio Linda Martins e Voktum. Projetos como o Living Prima Linea, de Ângelo Coelho, Ângelo Coelho Filho e Cristina Morethson, Sala JK, de Juliana Vasconcellos, Suíte das Pedras, de João Daniel, Quarto dos Filhos, da Situar Projetos e Casa Voktum, de Barbara Nobre ilustram bem estes espaços voltados para a promoção de peças de mobiliário assinado. Desta forma, além de levar inspiração para as pessoas, a mostra possibilita a geração de negócios e o desenvolvimento do setor moveleiro no estado. Por este motivo, a Somattos, que comemora 45 anos de fundação, escolheu comemorar o feito tornando-se a construtora oficial da mostra. Outro ponto de destaque desta edição é a parceria com o Sebrae, que possibilita a participação de empresas integrantes do Polo Moveleiro, além de pequenos produtores do programa Origem Minas, destinado a alavancar os setores de gastronomia, artesanato e arte popular.
Os espaços corporativos estão bem representados com os projetos como o Gabinete, de Lena Pinheiro, Escritório da Diretora Criativa, da Luoda Arquitetura, Home Office, da Ø Arquitetos, Sala de Imprensa, de Patrícia Abreu, além de diversos outros que fizeram questão de ressaltar cantinhos de trabalho ou estudo tão necessários para os tempos atuais.
E para as pessoas que estão em busca de itens para a casa, a mostra conta com a Espaço Elisa Atheniense, assinado por Alexandre Rousset, que oferece uma extensa linha de produtos assinados pela designer, produzidos em materiais como couro e fibras naturais. Outra opção é pop-up store CASA ORIGINAL, que tem projeto de Roger Lages. Desenvolvida pela Conceito Digital, a loja apresenta uma série de peças exclusivas assinadas por designers convidados, a maioria delas utilizando o mogno africano, uma madeira muito resistente, de manejo sustentável, e que permite várias opções de acabamentos. Esta edição também conta com a participação da Loja Mels Brushes, que tem projeto assinado por Andrea Pinto Coelho. A marca catarinense de aromas e essências participa pela 4ª vez e já conquistou clientes assíduos em Minas.