Natividade

Roberto Costa Farias
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O termo se refere na ótica Cristã aos momentos de celebração do nascimento de Jesus Cristo, o Redentor e também as encenações e autos que reproduzem a histórica data. Caríssimos e atentos urbaNAUTAS no contexto deste ensaio usaremos duas observações sobre a sonoridade da palavra: sendo a primeira, “na atividade ” no sentido de movimento e realizações; e na segunda “natividade” em sendo o sentimento de pertencimento e o sentido do comportamento nativo, usual de cada localidade.

A tradição das pequenas lapas, ou lapinhas, instituindo na representação em escala reduzida do evento do nascimento do Salvador, assistido por Santa Maria e São José e referendadas visitas de pastores, o trio dos Magos Reis (Belchior (ouro), Gaspar (incenso) e Baltazar (Mirra)) e os animais presentes à manjedoura. Esse despojamento e ambiência é ponto de partida para variadas reflexões.

Os presentes tem também sua simbologia para fixação das características: mirra é a pureza, incenso é a Fé, e ouro a sabedoria universal. O recém nascido é predestinado em missão das mais árduas e difíceis. Está ungido e transborda amor.

“Então, o verbo se fez carne” e a palavra torna-se de suma importância. Pois a palavra é o caminho, a verdade e a vida.

A tradição do ato de presentear, e a proximidade do ano novo trazem um encantamento que se repete a cada ano. As compras fazem aquecer o faturamento de logistas e afins e o ir e vir torna-se muito mais intenso. O Centro de Maceió, neste sábado, que passou 23/12, transformou a vida de muita gente. Impulsionado pelo clima que mostrou-se diferente, ora chuva, ora sol. Lembrando o dito casamento da Raposa com o Rouxinol.

Estive a deambular por entre passantes, becos, ruas, lojas e tendas, enquanto conferia minha pequena lista de favorecidos, observava o comportamento coletivo e os destacados indivíduos que marcaram com atitudes, gentilezas, graças e alegrias as minhas retinas deste dia.

Tudo foi sendo firmado como cores, sons, perfumes e variados gostos no trajar e transitar em enormes ruas peatonais, digo de pedestres sem o incômodo do automóvel. As pessoas fazendo o Centro que pude assistir. Ali e naquele instante, e no instante seguinte. Variadas composições de cenas de prováveis e possíveis filmes desligavam ante meus olhos. Gente, gosto de gente e gente tem gosto.

Chovia e parava. Garoava e trovejava. O sol abria, a chuva lançava pingos de muitos calibres: finíssimo, fino e médio. Molhava o suor das roupas que secavam rápido. Figuras que se apropriaram das indumentárias circenses também ofereciam seus produtos com leveza e graça dentre os passantes.

Graciosos críticos sociais fazendo percursos imitativos até o imitado descobrir e em guinada com ginga, malemolência e criativo senso aderir ao próximo em novo roteiro por meio das pessoas, despertando humores e arrancando sorrisos e gracejos. Acho tudo legitimado e bom.

E é o tempo dos sonhos e das fantasias, o imaginário se consorcia com o elementar. Até Noel sai às compras. É curiosa a observação da estampa de silhueta apregoada e o sujeito que se apresenta, sendo que a magia altera os critérios ou fornece mistérios. Nada encerra, nada guarda. Posto que transforma, transfere para todos.

Detalhes e pormenores não devem escapar ao ensaista, que claro, deve modificar também a altura de seu ponto de vista. A profusão de cores é ampla nessa festa. Há o dinamismo, bem como o estático vendedor de pintinhos de brinquedo.

Neste dezembro que se inicia a terminar trazendo com isso o ano novo que se aproxima, estamos caríssimos leitores, no festivo período das boas festas, das celebrações, dos encontros e aproximações. Um Natal com abençoada chuva neste período.

Dá gosto ver o movimento das pessoas nesta época do ano, envolvidas que estão pelo enlace de Deus, presente todo o ano, evidenciado mais fortemente pelo decantado “Espírito de Natal”. Rogo ao Altíssimo que o Espírito permaneça por todos os dias do vindouro 2024.

Para todos nós, operários do FAZER, trazemos a imagem de Mestre Edmílson, artista de rua desde que me entendi por gente. Mestre da gaita, do pandeiro e do ganzá. Para mim um acuradíssimo “Blues Man”. Compositor que já emplacou gravações. Estive com ele esses dias e quando a chuva iniciou a molhar, ouvi dela a pérola angular: “Agora vai refrescar.” Não arredou um milímetro de seu posto, de frente a igreja do Livramento. NOSSA SENHORA É NOSSA DEFESA!

Na altura que nos colocamos e nos conhecemos, agradecemos aos que fazem e lêem o Notícias do Centro, em busca de redesenhos e novos caminhos, desejamos um salutar e produtivo ano de 2024, com todos os benefícios possíveis alcançados pela humanidade: amor, paz, discernimento, produtividade, e a realização dos projetos e metas.

FELIZ ANO NOVO !!!

Texto de autoria de Roberto C. Farias, publicado na Coluna UrbaNauta do portal Notícias do Centro – A VOZ DO BAIRRO ONDE MACEIÓ NASCEU