Conhecida por enaltecer a união entre peças antigas e contemporâneas, a edição mineira da mostra acontece neste ano em formato híbrido. São 35 ambientes, 44 profissionais e mais de 70 parceiros, entre apoiadores e fornecedores, no evento que também abre as portas para a arte e a cultura
O Governo de Minas e a Gerdau apresentam a Modernos Eternos deste ano em Belo Horizonte, que acontece entre 21 de setembro e 7 de outubro. Alicerçada no conceito mix&match, a mostra anual de arquitetura, design, décor e arte será realizada em formato híbrido, presencial e digital, respeitando todas as regras e protocolos de segurança quanto ao coronavírus.
A mistura entre peças antigas e contemporâneas é um dos preceitos que guiam o evento, também um espaço aberto para a cultura. Nesta 6ª edição, são 35 ambientes assinados por 44 profissionais, e mais de 70 parceiros, entre apoiadores e fornecedores, ocupando o Colégio e Faculdade Arnaldo, construção que figura entre os ícones da cena arquitetônica na cidade.
Um dos principais objetivos da Modernos Eternos é dar visibilidade para profissionais e fornecedores, ampliando a noção da simples exposição de seus trabalhos, para uma realidade mais palpável sobre as oportunidades de comercialização, fomentando o mercado de arte, design, decoração, arquitetura, e toda a cadeia produtiva do setor, incluindo os lançamentos anuais.
A personalidade da mostra está em promover estímulos e experiências sob um ponto de vista cultural e de lifestyle diferente, unindo o design consagrado a objetos com significado atemporal. “Nosso objetivo é levar essa experiência única, em que o visitante se sente passeando por uma galeria de arte, uma exposição contemporânea com suas instalações, ou mesmo um museu, compartilhando e expandindo o conceito da mostra (ver, sentir, apreciar e aprender) para outros públicos”, diz Josette Davis, curadora e realizadora da mostra na capital mineira.
Para Wendel Gomes, diretor executivo da Gerdau, indo além da modernidade e das possibilidades de design proporcionadas pelo aço, a empresa traz para esta edição um importante olhar para a sustentabilidade, chamando a atenção para a elaboração e aplicação de novos materiais.
“Trouxemos para o evento uma aplicação inédita, no Brasil, do revestimento GG Mais, feito 100% à base de co-produto do processo de produção de aço. Com tecnologia desenvolvida com parceiros locais, esse produto está na fachada da mostra e no restaurante, revelando a criatividade e vanguarda dos arquitetos e designers mineiros, que deram ao material um elemento de sofisticação e contemporaneidade. Uma maneira de ressaltar o nosso compromisso com a economia circular e a preservação do meio ambiente”, completa.
Para os profissionais participantes, liberdade de criação. Em propostas para quartos, ambientes de convivência, home office, redutos gourmet, recintos dedicados à arte, e muito mais, arquitetos e designers ficaram à vontade para escolher o motivo de cada projeto, e o resultado são propostas belas, refinadas e arrojadas. Encontros de nomes consagrados do ramo e jovens talentos, com personalidade marcante, que caminham em um sentido de renovação do mercado da arquitetura e decoração.
Ex-alunos ilustres do Colégio Arnaldo também são homenageados pelos profissionais da mostra. Nos ambientes, referências a Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Brant, Toninho Horta e Henfil, por exemplo.
Imagem: Divulgação
GASTRONOMIA
Pelo quarto ano consecutivo, o aclamado Chef mineiro Leo Paixão está a cargo da ala gourmet da Modernos Eternos, este ano em parceria com o Chef Raffaele Autorino e operação da Popolare.
São cinco ambientes dedicados à gastronomia, sendo o teatro original do imóvel o principal deles, com o “Restaurante Concerto”, projeto de Gustavo Penna e Sandra Penna. Integrando a parte gastronômica, também a Stella Artois, com a cerveja oficial, a Ivy Destilaria, com o gin oficial, o Verdemar, com vinhos e cafés, e a sobremesa é por conta da Espetacular Doceria.
Ainda dentro da temática culinária, com a curadoria da Cumbucca e coordenação do professor Fagner Rodrigues, da Faculdade Arnaldo, a Modernos Eternos promoveu o “1º Concurso Modernos Eternos – Gastronomia e Criatividade”, para estudantes da Faculdade Arnaldo de Gastronomia. Os três finalistas terão a oportunidade de estagiar na cozinha operada pela Popolare, durante o período da mostra.
O IMÓVEL
O Colégio Arnaldo foi inaugurado em 5 de janeiro de 1912 em um casarão primeiro localizado na Rua Timbiras. O terreno onde fica atualmente estava reservado para a construção de um palácio da Exposição Permanente, de que Bernardo Monteiro, prefeito à época, era um entusiasta. O novo endereço, onde está até hoje, foi então liberado para ser mais um espaço da Congregação do Verbo Divino em solo brasileiro, da qual o padre Frederico Vienkel, arquiteto responsável pelo projeto, fazia parte.
As obras foram iniciadas em 1914 e concluídas em 1935. O prédio permanece como uma das referências mais marcantes na paisagem arquitetônica da capital mineira. Bebendo na fonte da arquitetura neoclássica e também com traços ecléticos, a sede do Complexo Padre Arnaldo Janssen destaca-se na paisagem da cidade com valor histórico e cultural imensurável. O imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico do município em 1992.
Imagem: Divulgação
MUITO MAIS CULTURA
Uma série de eventos paralelos se somam à programação da Modernos Eternos, com atividades especiais e ações de cultura, moda, preservação histórica, incentivo à arte popular e contemporânea, lançamentos tecnológicos e entretenimento. Tudo em consonância com as características especiais da mostra, que todos os anos agrega diferentes iniciativas, incluindo intervenções artísticas e instalações urbanas. Também estão previstas homenagens a personalidades que fazem parte da cena cultural brasileira, além de espaço para passear pela memória de Belo Horizonte e do imóvel sede.
A Modernos Talks reúne ainda rodas de conversa e visitas guiadas. Para 2021, uma rica agenda cultural será construída ao longo do evento, sob coordenação do arquiteto e urbanista Claudio Arroyo, do Tempo Plural, conhecido pelo trabalho com educação, cultura e patrimônio. Entre as linhas de abordagem, testemunhos sobre os modos de vida e referências sociais que identificam a pluralidade da cultura mineira e brasileira, lembrando a importância de conservar a trajetória arquitetônica do país.
ARTE E SOLIDARIEDADE
Marcos Esteves e Paulo Apgáua assinam a curadoria de arte da Modernos Eternos, sugerindo a inserção de obras que conversam especificamente com cada ambiente, escolhidas a dedo, de maneira personalizada.
Entre os artistas presentes, nomes mineiros, de diferentes gerações. Espalhados pela mostra, estão esculturas, pinturas e fotografias, com destaque para a produção do escultor Leopoldo Martins, os fotógrafos Âmar Souki e Samuel Mendes, e o pintor Héder Perdigão.
Nas ações da Modernos Eternos Street, o protagonismo fica para a exibição de grandes estandartes que fazem referência a nomes femininos da literatura nacional. Com idealização de Marcos Esteves e Paulo Apgáua e apoio da Academia Mineira de Letras, 30 artistas mineiras foram convidadas a criar os estandartes a partir da obra de 30 escritoras brasileiras. Cada um tem dimensões de 3,2 metros de altura por 1,7 metros de largura. As artistas puderam escolher livremente representar o conjunto da obra, um livro ou algum personagem marcante, partindo da inspiração sobre a produção de cada escritora.
A Modernos Eternos também recebe a quinta edição da exposição itinerante MascarArte, que, mais que uma instalação, tem se tornado um movimento artístico em particular, nascido com a pandemia. Máscaras de proteção são reinterpretadas por 60 artistas, além de versões em proporções maiores, em leitura escultórica. A exposição, que recebe novos artistas em cada oportunidade em que é realizada, fica em uma área externa, próximo ao restaurante principal.
Na pegada solidária, com o Modernos Pass, esta edição apoia o trabalho do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Arnaldo, com direcionamento para ações para castração de animais de rua.
O evento cultural anual foi criado em 2014 em São Paulo e desde 2016 também acontece em Belo Horizonte, sob coordenação de Josette Davis e Sergio Zobaran. Neste ano, estreou no Rio de Janeiro. A 6ª edição da Modernos Eternos na capital mineira é realizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com incentivo da Gerdau.