26ª edição da Quermesse da Mary reúne expositores de moda, gastronomia e design nos dias 8, 9 e 10 de dezembro em BH

Revista Abreu
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Cravo e Caderno/@cravoecaderno

As edições da Quermesse da Mary são poucas por ano e a de natal não poderia faltar. Além da magia desta data, a Quermesse da Mary trás a oportunidade de mostrar mais criativos para todos.

“Tem gente que me pergunta, quando vou papar pra descansar? Respondo em bom tom: Quando morrer!!! Quero viver fazendo o que mais amo, trabalhando pelo que sempre acreditei, pelos produtos carregados de brasilidade, que resgatam técnicas artesanais, pela transmissão geracional dos saberes e fazer, pela originalidade, cor e alegria que nós brasileiros temos e que imprimimos no que fazemos: no design e na arte popular brasileira” conta Mary Arantes, curadora do evento.

Destaques

Muitas marcas já estão dando passos em volta de assuntos relevantes, gritantes pro ser humano e pro planeta. Marcas como a Be Nato que fazem condicionadores e shampoos sólidos, preocupadas em gerar menos embalagens plásticas no mundo.

A Cravo e Caderno, que utiliza sobras das madeiras da marcenaria, Atelier Muirá, parceiro da marca, para com elas construir marcadores de livros, capas de caderno e marchetaria.

A Thais Mor que faz das cerâmicas que se perdiam no forno, seu mote de venda, consciente de que isto faz patê do processo da queima, inerente ao criador.

A Valezero, da estilista Valéria Ferre, cuja marca é trabalhar o zero waist, o upycicling, aproveitamento total dos retalhos de tecido, que seriam descartados pelas grandes empresas. Com produção em escala pequena, gera o que cada vez mais é presado, o consumo consciente, avesso a grandes produções, ao fast fashion.

A Pandiprato, nesse movimento decolonial, se apropria das nossas raízes, do nosso linguajar, quase uma língua nova, o mineirês, para com ela construir uma marca, com panos de prato com frases bem humoradas.

Ceramistas do Vale do Jequitinhonha, a Família Pereira, nos mostra o quanto a preocupação em formar novas gerações, em transmitir e garantir que novas pessoas aprendam o legado ancestral. É fundamental para o resgate das técnicas artesanais, formar novos profissionais.

Do Bordado da Barra e suas mulheres empreendedoras a indicação de que estamos vivendo novos tempos, causas, desde o empoderamento feminino, aliado ao fazer artesanal que é o bradado.

Marcas como a Beau, de joalheria agênero, a Ar Somethig, que acaba de ser lançada, com o frescor de ser unissex,  pensarem em produtos que possam caber em todos os corpos, independente do gênero.

Confira abaixo a lista dos 40 expositores participantes, dos quais 19 participam pela primeira vez. Artistas e artesãos que nunca participaram do evento e que nele fazem seu batismo.

Do bordado

A associação de mulheres bordadeiras, Bordados da Barra, localizada em um vilarejo quilombola, Barra da Cega, próximo a Milho Verde, MG, vem como convidada do evento. O que fazem é poesia bordada, rica em flores do cerrado, nas cenas do riozinho que faze “s” na curva da estrada, na chaminé cuja fumaça desenha o céu!  Mulheres empreendedoras bordam a poesia do cotidiano.

Da cerâmica

Convidados da instituição filantrópica Valley for Vale, virão do Vale do Jequitinhonha, artesãos preciosos, conhecidos e reverenciados por todo o país. Os filhos e discípulos do mestre Ulisses Pereira que criou a cerâmica zoomorfa e antropomorfa no Vale:  são eles, Margarida Pereira, José Maria Pereira da Silva e Juninho, neto, com 11 anos. Eles são a prova viva de que a transmissão geracional está sendo repassada no Vale do Jequitinhonha. Não apenas a transmissão, mantida, como a forma ensinada pelo pai, nas figuras cujo estilo, criado pelo Ulisses, permeia pelo lugarejo chamado Santo Antônio, distrito de Caraí, MG.

A ceramista e professora Flávia Guimarães, trás para o evento a cerâmica utilitária, limpa e potente. Formas desenhadas por ela, criam desejo de posse para funções ainda não pensadas pelo consumidor.

Isadora Mourão da IM cerâmica, nos apresentará uma coleção de cerâmicas, cujas formas situadas num entre lugar, vasos ou esculturas, questionam nome e posicionamento dos objetos

Thais Mor é artista que usa a cerâmica com um dos suportes, seu trabalho tem texto, poesia, conteúdo expresso em cerâmica que partem, quebram, racham. O que antes seria considerado como perda, defeito, hoje virou efeito e faz parte do ciclo de vida do produto. Uma história a se contar.

Da porcelana

Helena Campos e artista plástica, suas telas carregam cor e brasilidade impressas em tinta. Além das telas e impressões em fine art, usa a porcelana branca como suporte do seu recente trabalho, em pratos pintados com rostos de orixás femininas, as Yabás.

Da joia à biju

Marcas de joalheria, como a clássica Júnia Giannetti, com seus colares de pedras e pérola, estarão presentes.

A jovem e delicada Joias com Poesia, anuncia novos tempos e faz seu batismo na Quermesse.

Junea Fontenelle com seu design impecável e Carlos Penna, o designer de joias sem medo de extrapolar.

Beau, é joia inclusiva, feita pelo designer e publicitário Érick Costta. A marca veste, “cabe” em todos os corpos, independente de gêneros.

Gogoia Design da arquiteta Marina Faria, no desenho das joias que faz, mostra o traço arquitetônico. Com desenhos em linha reta, fitas de metal e esferas que contrapõem ao banho, de suas bases, Marina é nova e inova.

A fábrica de bijus Mary Design, fechou há 4 anos, mas a marca continua sendo desejada pelas fiéis clientes e estará na Quermesse com uma das peças mais icônicas criadas por Mary Arantes, o colar Homenagem à Maria.

Do vestir o corpo

Antônio Gomes, mineiro radicado em Sampa, Antônio ocupou cargos como  o estilo do Alexandre Herchcovitch,  com passagem pela C&A  e outras conceituadas marcas,  Antônio agora assina a sua própria marca, a novíssima AR Something, que tem como identidade a roupa unissex,  agênero, generosa, pensada para vestir corpos diversos.

Do Rio, a conhecida e mais que querida das mineiras antenadas, a Obra Ipanema, de Fellipe Caetano e Ivo Minoni. vem com suas roupas inspiradas na arquitetura e na bossa carioca de ser.

Miêtta, de Fábio Resende, trás uma coleção fresca em brancos, crus e cinza, junto a vestidos que lembram telas abstratas. O corpo como galeria. Diversas gamas de verde foram largamente exploradas na coleção e o vestido com meia bola gigante, em verde, já é o queridinho da estação.

Valezero, da Valéria Ferre, uruguaia, residente em SP, trabalha o Upcycling e o lixo zero, usando retalhos de tecidos que resgata de marcas, como da expressiva Fernanda Yamamoto, da qual Valéria é estilista. Peças únicas e grades com poucas peças fazem parte também desta maneira consciente do fazer e do vestir, onde o descarte é palavra que não existe. Onde consumo consciente é tendência global que o planeta agradece.

Oli.o de Paloma Okano, é roupa infantil com cara de criança, inspirada na limpeza das formas e tecidos como linho e algodão, trabalha o conceito da marca infantil, em peças como o desejado kimono japonês, concebido para os pimpolhos daqui.

Do vestir a cozinha

Se o mineiro tem um jeito de ser e de falar, a Pandiprato de Sandra Vieira retrata em frases nos panos de pratos, esse trem de coisas que os mineiros criaram em seu linguajar.

Do papel à madeira

Memoro Atelier de Maurilio Maia vem nos contar que existe outra forma, muito mais lúdica, de fazer papelaria. Os cadernos e blocos, são recheados de surpresas, páginas diferentes umas das outras, não apenas nas texturas como nas formas e cores. Uma série de posters com colagens desenvolvidas por ele, contam histórias.

Cravo e Caderno de Gabriela Tavares e Arthur Henrique já inovam na capa dos cadernos, em retalhos de madeira. Retalhos estes usados pelo Athelier Muirá, da qual Arthur é sócio. O reaproveitamento, desde a capa é continuado em mini retalhos de madeiras, em colorações diferentes, em brincam de marchetaria, compondo enfeites nas capas. Os marcadores de livro, esperam pacientemente por leitores vorazes e páginas à serem marcadas.  O interior dos cadernos, costurados e feitos manualmente em papel reciclado, falam deste momento precioso em que vivemos, onde o reaproveitar, faz-se “matéria” importante.

Do bem estar

A Be Nato de Cristiane Malacco e Patrícia Leite, são farmac6euticas por trás da marca. Shampoo e condicionador sólido, falam do não uso das embalagens plásticas. O novo perfume de ambiente trás na delicadeza do aroma, a forma leve e preciosa dos produtos desenvolvidos por elas.

Perfetto, de Isabela Teixeira da Costa, são sabonetes artesanais, estampados em relevo. Transportam poemas do viver e do banhar. Neles, pássaros compõem paisagens que derretem em nosso corpo, flores desabrocham num leve lavar de mãos.

Da bolsa

Priscila Torres é mineira, mas mora no Rio de Janeiro, trás na sua marca, Priscila Torres a maneira jovem e arrojada de ser, suas bolsas metalizadas fizeram sucesso na temporada de exposição no SPFW 2023.

Contrapondo as bolsas feitas em couro por Priscila, vem a artesanal, Alaranjo, marca da Adriana Laranjo, que foi buscar no feito à mão sua forma de ser. A base das bolsas são construídas em tramas de fibras vegetais, lembram cestarias, acrescidas de acabamentos em crochê e macramê. Ancestralidade e artesanalidade são sinônimos da marca

Da aquarela

Luisa Simão, conhecida como aquarelista, nos brinda com suas imagens lúdicas e seus personagens imaginários, entre eles Abê, de onde extraiu o nome da marca, Eu sou Abê. 

Mariângela Chiari, mais conhecida pelo seu olhar fotográfico, pinta agora com o mesmo olhar que borda, inventando cenas, ora aquareladas, ora bordadas, ora ainda bordadas e aquareladas. Suavidade, delicadeza na cartela de tons usados, esmaecidos, são traços da marca Mariângela Chiari Aquarelas.

Dos comes e bebes

É no quintal gastronômico que uma mesa espera pela comunhão dos visitantes, que por ali passam, compram, bebem e celebram a vida em produtos selecionados pela curadora do evento, Mary Arantes.

Pães Du Kanto e Officina Vegana, revezam para trazer pães novos e frescos a cada dia.

AM chocolates, vem com sua bala “delícia” e o biscoito catucci que nos faz viajar pela Itália. O doce de figo embalado em pano de festa, não fica pra trás.

Trezentos e Trinta, da Alexandra Xavier, com seus inovadores brownies, fazem a festa do quintal.

Dona Farofa, além da farofa divina, vende agora praliné.

O premiado doce de leite Vitoriano Doces, vem de Bichinho (Tiradentes) com seu companheiro tentador, o licor também feito de doce de leite!

Amassa, é aposta certa pro almoço. Além de nos servir massas, nos brindará com refrigerantes, água e cerveja.

Tost Café, com seu cardápio de cafés e drinks relacionados ao café, nos contemplará com sucos e a prata da casa, a deliciosa torta de frango desfiado.

26 Quermesse da Mary

Quando: Dias 8,9 e 10 de dezembro 2023

Dias 8 e 9, sexta e sábado, de 10 às 19 horas

Dia 10, domingo, de 10 às 17 horas

Endereço: Rua Ivaí 25, Serra – Belo Horizonte/MG

Ingressos: Entrada Franca

Evento Pet friendly